Elke Maravilha, nascida Elke Georgievna Grunnupp em 22 de fevereiro de 1945, em Leutkirch im Allgäu, Alemanha, foi uma artista multifacetada que marcou profundamente a cultura brasileira. Aos seis anos, imigrou com sua família para o Brasil, estabelecendo-se inicialmente em Itabira, Minas Gerais. Antes de ingressar no mundo artístico, trabalhou como professora de francês e secretária trilíngue, demonstrando sua fluência em oito idiomas. Em 1962, foi eleita "Glamour Girl" em Belo Horizonte, o que impulsionou sua carreira como modelo.

Sua trajetória na televisão brasileira começou em 1972, quando se tornou jurada no programa do Chacrinha, destacando-se por sua personalidade irreverente e visual extravagante. Posteriormente, integrou o "Show de Calouros" de Silvio Santos, consolidando sua presença na mídia. Além disso, atuou em novelas e filmes, incluindo uma participação notável em "Xica da Silva" (1976), dirigido por Cacá Diegues.

Durante o regime militar no Brasil, Elke demonstrou coragem ao rasgar cartazes de procurados com a imagem de Stuart Angel, filho da estilista Zuzu Angel, em protesto contra a ditadura. Esse ato resultou em sua prisão e na perda da cidadania brasileira, tornando-a apátrida. Anos depois, ela adquiriu a cidadania alemã.

Conhecida por sua autenticidade e estilo inconfundível, Elke Maravilha casou-se oito vezes, sempre enfatizando sua liberdade pessoal e visão única sobre a vida. Sua imagem tornou-se símbolo de criatividade e ousadia no cenário artístico brasileiro.

Elke faleceu em 16 de agosto de 2016, aos 71 anos, no Rio de Janeiro, devido a complicações após uma cirurgia de úlcera. Seu legado permanece vivo, inspirando artistas e admiradores com sua trajetória marcada por coragem, irreverência e uma contribuição inestimável à cultura brasileira.