O Autochrome, era um processo de fotografia à cores, patenteado pelos irmãos Lumière em 1903, sendo comercializado apenas em 1907.  Foi o processo mais popular de fotografia à cores no início do século XX. Seu declínio ocorreu na década de 30, com a chegada do Kodachrome. O processo consistia em uma placa de vidro com grãos de fécula de batata, tingidos em vermelho, azul e verde, cobertas por uma emulsão pancromática. Os vãos entre os grãos eram preenchidos por carvão, agindo como filtros. Para a foto ter nitidez, era necessário um tempo maior de exposição. Devido a combinação entre os grãos e as cores artificiais,na maioria das vezes, as fotos acabavam mais se parecendo com pinturas. Com a revolução do Kodachrome na década de 30, que prometia fotos mais nítidas, realistas e um processo mais descomplicado, o Autochrome entrou em decadência, não antes dos irmãos Lumière tentarem transportar a técnica para o filme, tentando manter o mesmo efeito das fotos, mas com a praticidade do filme. Mesmo assim não deu certo e o Autochrome acabou caindo em desuso e sua produção se encerrou de vez na década de 50.

Oscar Fingal O'Flahertlie Wills Wilde, mais conhecido como Oscar Wilde, foi um grande escritor, poeta e dramaturgo britânico. Nascido em Dublin, na Irlanda, em 16 de outubro de 1854, escreveu peças, poesias, contos infantis e um único livro "O Retrato de Dorian Gray", que chocou a sociedade na época em que foi lançado em 1890. Wilde foi o segundo de três filhos. Criado em uma família protestante, depois se converteu ao Catolicismo. Chegou a ganhar uma bolsa de estudos para o Magdalen College Oxford. Após sair de Oxford em 1878, passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante intensa, com direito a atitudes consideradas extravagantes.

Após passar um período nos Estados Unidos, dando palestras sobre o esteticismo ou dandismo, movimento por ele criado, baseado na ideia de que a vida deveria ser norteada pelas preocupações artísticas, como forma de enfrentamento dos problemas do mundo moderno, Wilde vai para Paris, abandonando seu movimento estético, ao retornar para a Inglaterra. Casa-se com Constance Lloyd, ambos vão morar em Chelsea, com Constance, Wilde teve dois filhos: Cyril e Vyvyan. Seu período de ápice intelectual ocorre entre os anos de 1887 e 1895, quando escreve as peças: "O Leque de Lady Windermere" (Lady Windermere's Fan) (1892), "Uma Mulher sem Importância" (A Woman of no Importance) (1893), "Salomé" (1893), "A Importância de Ser Prudente" (The Impotance of Being Earnest) e o romance "O Retrato de Dorian Gray", publicado primeiro em revista em 1890 e em 1891 como livro.

Mesmo casado com Constance, Wilde vivia romances fora do casamento, com diversos homens, porém viveria um grande e tumultuado romance com Lorde Alfred Douglas, conhecido como Bosie, romance cheio de altos e baixos e que arruinaria sua vida, reputação e carreira. O Marquês de Queensberry, pai de Alfred, um homem com fama de intragável e rústico, começou a implicar com a ligação do filho com Wilde, suspeitando que o contato ia além de mera amizade. Escreveu a seu filho, censurando-o. Ao receber uma resposta grossa de Bosie, Queensberry ameaçou armar um escândalo que acabaria com a reputação de Wilde. Tal atitude do Marquês, devia a rumores de que seu outro filho Francis, que morrera em um acidente de caça (chegou a cogitar-se suicídio), mantinha uma relação homossexual com o Primeiro Ministro, Archibald Primrose. Com medo de um novo escândalo na família, o marquês iniciou uma verdadeira batalha para "salvar" seu filho das garras de Wilde. Chegou a mandar um cartão chamando Wilde de sodomita, ato que foi o início do declínio moral de Wilde.

Em resposta ao cartão, Wilde iniciou um processo contra Queensberry por difamação, porém o marquês havia posto detetives atrás de Wilde e conseguido provas de que este era homossexual (prática considerada crime na época). Com isso Wilde retira a acusação, porém as provas obtidas, são usadas contra ele em um novo processo, inclusive um poema de Bosie chamado "Two Lovers" que tem uma das mais famosas menções sobre homossexualidade ("o amor que não ousa dizer seu o nome"). Em maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes". Durante esse período ele escreveria "De Profundis", que nada mais era que uma longa e profunda carta a Bosie, criticando-o, acusando-o por sua ruína, mas demonstrando mesmo assim amá-lo. Suas peças foram retiradas de cartaz e seus livros recolhidos.

Após os dois anos em que esteve preso, tanto Wilde, quanto sua saúde e sua reputação, não eram mais os mesmos. Foi libertado em 19 de maio de 1897, com poucas pessoas o esperando na saída, entre essas pessoas estava Robert Ross, um de seus grandes amigos e que lhe ofereceu suporte durante muitos anos. Saindo da prisão, mudou-se para Paris, usando o pseudônimo de Sebastian Melmoth, vivendo uma vida simples, sem grandes luxos e produzindo menos obras. Acabou falecendo após um ataque de meningite em 30 de novembro de 1900 aos 46 anos. Meses antes em janeiro, faleceria seu maior antagonista: o Marquês de Queensberry aos 55 anos.

Para quem quiser saber mais sobre esse grande homem e gênio, recomendo um filme de 1997 chamado "Wilde", com Stephen Fry, vivendo (magnificamente) Wilde.

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Otto Stupakoff, foi um dos grandes nomes da fotografia brasileira,  no campo de moda e publicidade. Estudou no Art Center College of Design, em Los Angeles. Voltou ao Brasil em 1957, montando seu próprio estúdio. Chegou a fotografar a construção de Brasília, a pedido de Oscar Niemeyer, além de ter sido o percursor da fotografia de moda no Brasil, ao fotografar a atriz Duda Cavalcanti, com uma roupa do estilista Dener sendo essa foto, a primeira foto de moda no país (foto abaixo).

Otto começou a fotografar na infância, com uma câmera que ganhou do pai em 1943. Chegou a dirigir um curta metragem em 8mm, quando pensou que sua real vocação seria o cinema. Decepcionado com o cinema, investiu na Fotografia. Seus primeiros trabalhos foram para agências de publicidade e para a gravadora Odeon. Chegou a trabalhar na revista Cláudia.

Em 1965, no auge do seu sucesso no Brasil, Otto muda-se para Nova York, participando de publicações para revistas como Life e Look, além da fotografia de moda. Otto também se especializou em fotos com celebridades, e com pessoas anônimas. Sua maior inspiração seria outro grande fotógrafo: Richard Avedon. Além da Look e da Life, Otto fez centenas de ensaios para as revistas Vogue, Harper's Bazaar, Cosmopolitan, Elle e Esquire.

Após três anos em Paris, Otto retornaria ao Brasil em 1976. Em 1980 voltaria novamente para Nova York e quatro anos depois se tornaria um cidadão americano. Chegou a lecionar Fotografia na Parsons The New School for Design. Em 2005 passou a morar em São Paulo e comemorou seus 50 anos de carreira, realizando uma exposição que fazia uma retrospectiva de sua obra na Bienal. Um ano depois foi lançado um livro com algumas de suas fotos.

Em 2008 seu acervo fotográfico, composto de aproximadamente 16 mil fotos, foi incorporado pelo Instituto Moreira Salles. Após ser diagnosticado com Alzheimer, Otto faleceria na madrugada do dia 22 de abril de 2009, aos 73 anos.

Piotr Ilitch Tchaikovsky foi um músico russo. Compôs sinfonias, concertos, óperas e balés. "O Lagos dos Cisnes", "A Bela Adormecida", "O Quebra Nozes" e a "Quarta Sinfonia" são algumas de suas composições mais famosas. Tchaikovsky é um dos músicos russos mais conhecidos do mundo.

Tchaikovsky nasceu em Votkinsk na Rússia, no dia 7 de maio de 1840. Aos cinco anos já dedilhava piano e aos sete já estava compondo. Após a família se mudar para São Petersburgo, Tchaikovsky  se encantou com o teatro e o concerto. Em 1854, sofre o primeiro de seus grandes tormentos: perde sua mãe, vítima de cólera. Em 1859, já formado em Direito, ingressa no Ministério da Justiça, exercendo a função de escriturário, trabalho que o deixava profundamente frustrado. Além da frustração profissional, Tchaikovsky enfrentava também a frustração pela sua orientação sexual. Após uma licença e uma viagem ao Ocidente, Tchaikovsky  pede demissão e ingressa no conservatório de São Petersburgo. No conservatório, entra em contato com as escolas musicais de Berlim e Viena. Durante o período entre sua demissão e seus estudos no conservatório, Tchaikovsky passou por dificuldades financeiras, chegando até a dar aulas e a fazer cópias de partituras.

Ainda no conservatório, compôs a sinfonia "Sonho de Inverno", a abertura sinfônica "A Tempestade" e danças para a ópera "Voievoda". Após concluir seus estudos é nomeado professor de Harmonia do conservatório de Moscou. Em 1871, conquistaria o público ao compor "Quarteto em Ré Maior", com isso passa a se dedicar mais ao trabalho de criação. Entre 1873 e 1874, escreve a música de cena para a peça "Strovsky" e sua terceira ópera "Oprischnik" que alcança grande êxito. Sua popularidade se consolida com a execução de "Concerto Número 1". Em 1875, apresenta a sua "Terceira Sinfonia" e compõe "O Lago dos Cisnes", a pedido do Teatro de Moscou. Em 1877 chega a se casar com Antonina Ivanovna Milyukova, porém o casamento duraria apenas 15 dias.

Tchaikovsky  chegou a manter ligações com Nadejda von Meck, viúva de Karl-Georg-Otto von Meck, rico proprietário das duas primeiras ferrovias russas. Nadejda era grande admiradora da música de Tchaikovsky e tornou-se sua protetora, fornecendo-lhe dinheiro, que lhe permitia viver sem problemas financeiros. Os dois jamais se encontraram, apenas se comunicavam por cartas. A amizade terminou quando Pakhulski, um violinista e membro do círculo de Nadjeda, criou intrigas a respeito de Tchaikovsky, insinuando que ele era um aproveitador. Nadjeda acabou acreditando nos rumores e rompeu ligações com Tchaikovsky, que ficou bastante abalado, não pela perda do dinheiro, já que na época ele já estava consagrado, mas sim pelo afeto que ele mantinha por ela, mesmo nunca vendo-a pessoalmente. Em 1891, compõe os balés "A Bela Adormecida" e "Quebra Nozes", além da "Quinta Sinfonia". Em 1893, após compor sua última sinfonia chamada "Patética", Tchaikovsky  vai para a Inglaterra receber o título de Doutor. Após a composição e audição de "Patética", Tchaikovsky se contamina pela cólera, vindo a falecer em 6 de novembro de 1893, aos 53 anos.

Nota Importante: alguns sites declaram duas datas de nascimento e duas de morte de Tchaikovsky: Nascimento em 25 de abril / 7 de maio 1840 - Morte em 25 de outubro / 6 de novembro 1893.

A vida de Tchaikovsky, já foi retratada no cinema em algumas ocasiões. Só em 1970 foram duas vezes: primeiro em uma versão russa, realizada pela Mosfilm, chamada "Chaikovskiy", com Innokenty Smoktunovsky, interpretando o músico. Essa versão chegou a receber uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em 1971, concorrendo no ano seguinte. Segundo em uma versão britânica, com Richard Chamberlain interpretando Tchaikovsky e Glenda Jackson interpretando Antonina. O filme conta com Ken Russell na direção, que no trabalho anterior "Mulheres Apaixonadas" (Women in Love) chegou a inserir uma menção a Tchaikovsky em uma das cenas. 

A princípio Ken Russell queria Alan Bates, com quem havia trabalho em "Mulheres Apaixonadas", como Tchaikovsky, porém mesmo achando o roteiro magnífico, Bates declinou do convite, pois para ele, estaria repetindo o mesmo papel que exerceu em "Mulheres...". Com a recusa de Bates, Ken Russell escalhou Richard Chamberlain, ator que estava em considerável ascensão na época. O filme, baseado em um livro escrito por C.D. Dowen, chamado "Beloved Friend", aborda mais o lado da infelicidade de Tchaikovsky, ao lidar com sua homossexualidade e seu casamento de rápida duração com Antonina, considerada uma ninfomaníaca.

A versão de Ken Russell, sobre a história de Tchaikovsky,  foi lançada pela Classicline. Clique na capa, para maiores informações ou para comprar: