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FOTOS DE CLAUDETTE COLBERT EM CLEÓPATRA, 1934
FOTOS DE MARLENE DIETRICH EM O JARDIM DE ALÁ (THE GARDEN OF ALLAH), 1936
MIRIAM HOPKINS EM LEVADA À FORÇA (THE STORY OF TEMPLE DRAKE)
Miriam Hopkins foi uma das grandes estrelas de Hollywood durante a década de 30. Hoje, injustamente é conhecida por ser uma das grandes rivais de Bette Davis, porém seu legado é maior que isso. Miriam foi um dos maiores nomes do período Pre-Code, onde os filmes eram concebidos sem nenhum tipo de censura (ou sob uma censura mais branda) e assuntos como drogas, prostituição, sexualidade, adultério e assassinato, eram abordados sem o mínimo de pudor ou preocupação.
Com a chegada do Código Hays, os filmes sofreram uma grande transformação e passaram por diversos tipos de censura. Muitos assuntos quando levados aos filmes, passavam pela tesoura da censura ou eram mascarados pelos roteiristas ficando assim nas entrelinhas. Foi no período Pre-Code que Miriam Hopkins esteve no auge de sua carreira, estrelando diversos filmes que firmaram seu nome entre as estrelas mais populares de sua era, mas em 1933, ainda no início de sua carreira, Miriam iria passar por um grande desafio.
Com a chegada do Código Hays, os filmes sofreram uma grande transformação e passaram por diversos tipos de censura. Muitos assuntos quando levados aos filmes, passavam pela tesoura da censura ou eram mascarados pelos roteiristas ficando assim nas entrelinhas. Foi no período Pre-Code que Miriam Hopkins esteve no auge de sua carreira, estrelando diversos filmes que firmaram seu nome entre as estrelas mais populares de sua era, mas em 1933, ainda no início de sua carreira, Miriam iria passar por um grande desafio.
O desafio em questão era "Levada à Força" (The Story of Temple Drake), um filme bastante ousado para a época que abordava estupro e dominação. Miriam acabara de vir dos sucessos "O Médico e o Monstro" (Dr. Jekyll and Mr. Hyde) e "Ladrão de Alcova" (Trouble in Paradise) e ansiava por um papel desafiador. E ela teve seu papel desafiador em um filme que causou bastante comoção na época de seu lançamento.
O filme foi baseado em um romance chamado "Sanctuary" escrito em 1931. O romance causou bastante polêmica e contradição por trazer como tema principal o sequestro e estupro da personagem principal. Em 1932, mesmo ciente da comoção que o romance causaria sendo adaptado para o cinema, a Paramount adquiriu os direitos de adaptação. Os produtores então trocaram o nome do filme e suavizaram o roteiro, para que passasse despercebido pela pré-censura estabelecida antes do Código Hays ser imposto em Hollywood.
A pré-censura ainda conseguiu estabelecer diversas censuras ao filme, mas mesmo assim ele causou escândalo entre o público. Mesmo repleto de escândalos, o filme se tornou um dos sucessos do ano. A crítica especializada se dividiu: alguns consideraram o filme bom, enquanto a massa conservadora o descreveu como "lixo". Graças a comoção que o filme causou, em 1933, no ano seguinte o Código Hays seria definitivamente imposto em Hollywood com o intuito de barrar diversos filmes considerados "imorais".
George Raft foi escalado inicialmente para viver o gângster Trigger, mas considerou o papel "sujo" demais e acabou saindo da produção. Foi substituído por Jack La Rue, na época um iniciante na Paramount. Miriam Hopkins não teve nenhum tipo de pudor em aceitar o papel, mesmo sabendo que poderia arruinar sua carreira. Ela sabia que era um papel desafiador e que era um papel para ela. Certa vez em uma entrevista ela declarou: "Havia algo naquele papel. Apenas me deem uma personagem fora do padrão como Temple Drake três vezes ao ano. Me deem os papéis das mocinhas complexas que eu as interpretarei sob a luz do dia delas!".
No filme, Miriam interpreta Temple Drake, a neta de um importante juiz de uma cidade pequena e conservadora. Drake porém, é uma moça livre emocionalmente e sexualmente. Ela é cercada por diversos pretendentes, mas não se sente confortável em casar-se com nenhum deles. Stephen Benbow (William Gargan), advogado, é apaixonado por Drake e a propõe casamento, mas ela recusa. A vida de Drake muda quando uma noite após uma festa, ela decide sair com um de seus pretendentes Toddy Gowan (William Collier Jr.) de carro. Toddy, bêbado acaba causando um acidente no meio da estrada. Ele e Drake são resgatados por Trigger (Jack La Rue), um gângster envolvido com tráfico de bebidas.
Eles são levados para uma casa, para passarem a noite. Trigger tenta assediar Drake, mas é impedido pela mulher do dono da casa, que sugere que Drake durma no celeiro, onde estaria mais segura. Na manhã seguinte, Toddy é libertado, enquanto Drake está no celeiro. Ela é estuprada por Trigger que acaba assassinando o rapaz que estava de guarda protegendo Drake. Trigger então foge com Drake e a leva para um bordel na cidade onde mantém Drake como prisioneira.
Enquanto isso, o dono da casa, Lee Goodwin (Irving Pichel) é acusado pelo assassinato ocorrido no celeiro e a única pessoa capaz de inocentá-lo é Temple Drake, que após uma situação dramática, retorna para casa e vê-se em um dilema de testemunhar a favor de Lee, mesmo que isso faça com que ela reviva o pesadelo sofrido e tenha a sua reputação arruinada.
O filme chegou a ser proibido em diversos países e com a chegada do Código Hays, foi proibida qualquer tipo de exibição dele nos cinemas anos após seu lançamento. O filme sequer foi exibido na televisão e passou anos na obscuridade. Circulou pela internet cópias de qualidade baixa feitas a partir de coleções particulares. O filme passou por uma restauração em 2011 pelo Museu de Arte Moderna, que posteriormente o exibiu em sessões. Aos poucos, o filme vêm saindo da obscuridade e as pessoas estão podendo conferir o motivo dele ter causado tanto escândalo na época de seu lançamento e ao mesmo tempo conferir uma performance subestimada de Miriam Hopkins e lhe prestar o devido reconhecimento como uma boa atriz que era.
George Raft foi escalado inicialmente para viver o gângster Trigger, mas considerou o papel "sujo" demais e acabou saindo da produção. Foi substituído por Jack La Rue, na época um iniciante na Paramount. Miriam Hopkins não teve nenhum tipo de pudor em aceitar o papel, mesmo sabendo que poderia arruinar sua carreira. Ela sabia que era um papel desafiador e que era um papel para ela. Certa vez em uma entrevista ela declarou: "Havia algo naquele papel. Apenas me deem uma personagem fora do padrão como Temple Drake três vezes ao ano. Me deem os papéis das mocinhas complexas que eu as interpretarei sob a luz do dia delas!".
No filme, Miriam interpreta Temple Drake, a neta de um importante juiz de uma cidade pequena e conservadora. Drake porém, é uma moça livre emocionalmente e sexualmente. Ela é cercada por diversos pretendentes, mas não se sente confortável em casar-se com nenhum deles. Stephen Benbow (William Gargan), advogado, é apaixonado por Drake e a propõe casamento, mas ela recusa. A vida de Drake muda quando uma noite após uma festa, ela decide sair com um de seus pretendentes Toddy Gowan (William Collier Jr.) de carro. Toddy, bêbado acaba causando um acidente no meio da estrada. Ele e Drake são resgatados por Trigger (Jack La Rue), um gângster envolvido com tráfico de bebidas.
Eles são levados para uma casa, para passarem a noite. Trigger tenta assediar Drake, mas é impedido pela mulher do dono da casa, que sugere que Drake durma no celeiro, onde estaria mais segura. Na manhã seguinte, Toddy é libertado, enquanto Drake está no celeiro. Ela é estuprada por Trigger que acaba assassinando o rapaz que estava de guarda protegendo Drake. Trigger então foge com Drake e a leva para um bordel na cidade onde mantém Drake como prisioneira.
Enquanto isso, o dono da casa, Lee Goodwin (Irving Pichel) é acusado pelo assassinato ocorrido no celeiro e a única pessoa capaz de inocentá-lo é Temple Drake, que após uma situação dramática, retorna para casa e vê-se em um dilema de testemunhar a favor de Lee, mesmo que isso faça com que ela reviva o pesadelo sofrido e tenha a sua reputação arruinada.
O filme chegou a ser proibido em diversos países e com a chegada do Código Hays, foi proibida qualquer tipo de exibição dele nos cinemas anos após seu lançamento. O filme sequer foi exibido na televisão e passou anos na obscuridade. Circulou pela internet cópias de qualidade baixa feitas a partir de coleções particulares. O filme passou por uma restauração em 2011 pelo Museu de Arte Moderna, que posteriormente o exibiu em sessões. Aos poucos, o filme vêm saindo da obscuridade e as pessoas estão podendo conferir o motivo dele ter causado tanto escândalo na época de seu lançamento e ao mesmo tempo conferir uma performance subestimada de Miriam Hopkins e lhe prestar o devido reconhecimento como uma boa atriz que era.
TÚNEL DO TEMPO: OLIVIA DE HAVILLAND, 1936
SCARFACE E A GLAMORIZAÇÃO DOS FILMES GÂNGSTER NA DÉCADA DE 30
No início da década de 30, antes do Código Hays ser imposto aos filmes, era comum vermos filmes que continham uma linguagem mais ousada. Insinuações sexuais, consumo de drogas, glamorização da prostituição, entre outros assuntos polêmicos, eram abordados com grande naturalidade. Foi nesse período que surgiu um novo gênero de filme que de certa forma glorificava atos criminosos: os filmes gângster.
O ápice do gênero ocorreu em 1931, com o lançamento dos filmes "Alma no Lodo" (Little Caesar) e "O Inimigo Público" (The Public Enemy). A chegada definitiva do Código Hays entre 1934 e 1936, não impediu que os filmes desse gênero fossem proibidos de serem produzidos, porém esse tipo de filme sofria diversas retaliações. No final, o criminoso tinha que sempre ser punido pelos seus atos, passando a mensagem para os espectadores de que "o crime não compensava". Até mesmo antes da instalação do Código, esses filmes sofriam uma leve censura. O estúdio que mais se beneficiou com esse gênero, foi a Warner Bros.
Em 1932, seria produzido "Scarface", baseado em um romance de 1929 de mesmo título, escrito por Armitage Trail. O filme foi produzido por dois grandes nomes: Howard Hughes e Howard Hawks. Hughes era um aviador que se aventurou na produção de filmes, fundando futuramente a RKO, enquanto Hawks futuramente se consagraria entre os maiores nomes dos diretores de Hollywood. Hawks dividiu a direção do filme com Richard Rosson.
Era sonho de Hughes fazer um filme baseado na vida de Al Capone, famoso gângster que liderou uma gangue dedicada ao contrabando de bebidas, durante a Lei Seca, que proibia o comércio de bebidas alcoólicas. Capone é considerado até hoje o maior gângster da história e seu apelido era justamente "Scarface", devido a uma cicatriz no rosto, adquirida durante uma briga na adolescência. Hughes foi influenciado a não produzir o filme.
A Warner, ironicamente rejeitou o projeto, alegando que não havia nada de novo a ser explorado com os filmes gângster. Ironicamente, nos anos seguintes, até o fim da década de 40, a Warner produziria mais clássicos do gênero como: "A Floresta Petrificada" (The Petrified Forest), "Balas ou Votos" (Bullets or Ballots), "Irmão Orquídea" (Brother Orchid), "Fúria Sanguinária" (The White Heat), entre outros.
Outro fator que influenciaria Hughes a não produzir o filme, era a censura que mesmo moderada, estava alerta com a crescente popularidade dos filmes enaltecendo criminosos. Mesmo com esses contrapontos, Hughes comprou os direitos do romance, que pouco teve a ver com o filme. O filme contém os mesmos personagens do filme, porém algumas partes foram suprimidas para dar ao filme um comprimento tolerável, além de algumas partes serem limadas, para agradar os censores. Mesmo o filme sendo baseado na vida de Capone, seu nome sequer é citado durante o filme.
Para o papel principal, o do gângster Tony Camonte, foi cogitado Clark Gable, porém Hawks não o considerava um bom ator. Foi então que o nome de Paul Muni foi sugerido a Hughes. Hughes chegou a abordar Muni, que inicialmente recusou o papel, por não se considerar fisicamente apropriado. Após ser pressionado por sua mulher, Muni acabou aceitando o papel. Um nome surpresa para o filme foi o de Boris Karloff, que inicialmente sofreu com a oposição dos críticos, por causa de seu sotaque britânico, porém sua escolha se revelou um grande acerto e sua atuação no filme é um dos pontos altos.
Como era de se esperar, o filme sofreu leves censuras. Os censores pediram que algumas cenas fossem removidas do filme e outras cenas condenando a marginalidade fossem incluídas. Além disso, um novo final foi gravado. Paul Muni, estava indisponível para as regravações e um dublê foi utilizado em seu lugar e a maioria das cenas, contam com sombras cobrindo o rosto do dublê. Hawks se negou a gravar as novas cenas e o final alternativo, tal missão ficou com Richard Rosson. Além de todas essas mudanças, o filme recebeu um subtítulo: "A Vergonha de Uma Nação" e um prefácio condenando as atitudes marginais do personagem.
Mesmo com todas as alterações, a versão censurada não foi aprovada e Hughes achava que isso era um complô armado por Louis B. Mayer da MGM, que visava proibir o crescimento de estúdios independentes. Hughes enfrentou os censores e exibiu a versão original do filme (com o prefácio condenando a marginalidade) em Hollywood e Nova York. Essa versão teve uma boa bilheteria e em alguns lugares teve críticas mistas. Para a imprensa, Hughes afirmou que a versão exibida era a censurada.
Porém quando o filme entrou em circuito, o público em geral reclamou sobre o filme e o gênero gângster, afetando a bilheteria. Alguns críticos condenaram a produção do filme. Mesmo assim o filme faturou cerca de 600 mil dólares. O filme causou indignação entre os italianos e seus descendentes, pois o filme retratava os italianos como gângsters. Esse seria um dos estereótipos mais famosos desse gênero. O filme chegou a ser proibido na Alemanha e em alguns lugares da Inglaterra. Algumas cidades dos EUA, como Chicago, não exibiram o filme. Em 1941, o filme pôde ser exibido em Chicago e quebrou recordes de bilheteria. Incomodado com as criticas, Hughes retirou o filme de circulação e o filme permaneceu obscuro até o fim da década de 70. A polêmica que cercou o filme, impediu Hughes de produzir uma sequência.
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