OSCAR MICHEAUX - O PIONEIRO DO CINEMA AFRO-AMERICANO

Oscar Devereaux Micheaux, nascido em 2 de janeiro de 1884 em Metropolis, Illinois, foi um dos pioneiros do cinema afro-americano e o primeiro cineasta negro a produzir um longa-metragem nos Estados Unidos. Filho de ex-escravos, Micheaux mudou-se para Chicago aos 17 anos, onde trabalhou como carregador de trens. Mais tarde, tornou-se proprietário de terras em Dakota do Sul, experiência que inspirou seu primeiro romance, "The Homesteader". 

Em 1919, Micheaux adaptou "The Homesteader" para o cinema, tornando-se o primeiro afro-americano a escrever, dirigir e produzir um longa-metragem. Seus filmes, produzidos fora do sistema de Hollywood, abordavam temas como racismo, segregação e a vida da comunidade negra nos Estados Unidos. Entre suas obras destacam-se "Nos Limites dos Portões" (Within Our Gates), que confronta diretamente o racismo e o linchamento, e "Corpo e Alma" (Body and Soul), que marcou a estreia do lendário Paul Robeson no cinema. 

Micheaux foi um dos maiores produtores dos "race pictures", filmes de baixo orçamento produzidos por e para negros entre as décadas de 1920 e 1950, durante o auge da segregação racial nos EUA. Em 1931, lançou "The Exile", o primeiro longa-metragem sonoro produzido por um cineasta afro-americano. Ao longo de sua carreira, dirigiu 42 filmes, além de atuar como roteirista, produtor e distribuidor, desempenhando um papel fundamental na formação do cinema negro americano. 

Seus filmes, completamente à margem de Hollywood, abordavam temas que mobilizavam tanto o norte urbano e industrial do país quanto a região rural do sul: jazz, blues, casamentos inter-raciais e cinebiografias de afro-americanos importantes. Micheaux buscava combater os estereótipos racistas propagados por Hollywood, especialmente após o lançamento de "O Nascimento de uma Nação", de D.W. Griffith, que retratava afro-americanos de forma negativa. 

Uma de suas frases mais célebres reflete seu compromisso com a representação positiva dos negros no cinema: "Uma das grandes tarefas da minha vida tem sido ensinar que os homens de cor podem ser qualquer coisa". Micheaux enfrentou desafios significativos, incluindo censura e dificuldades financeiras, mas permaneceu dedicado à sua visão de um cinema que refletisse autenticamente as experiências afro-americanas. 

Oscar Micheaux faleceu em 25 de março de 1951, deixando um legado duradouro no cinema afro-americano. Seus filmes continuam a ser estudados e celebrados por sua contribuição pioneira e por desafiar as normas raciais de sua época. Em reconhecimento ao seu impacto, sua obra tem sido objeto de retrospectivas e estudos acadêmicos, destacando sua importância na história do cinema.


FONTES
https://jornaldebrasilia.com.br/viva/oscar-micheaux-o-cinema-negro-e-a-segregacao-racial/
https://primeirosnegros.com/oscar-micheaux-pioneiro-do-cinema-afroamericano/


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