ALGUNS PIONEIROS DO CINEMA MUDO BRASILEIRO

Diversos nomes contribuíram para a implementação do cinema no Brasil. Graças aos esforços desses homens e mulheres, filmes começaram a ser produzidos, apesar de diversos fatores que dificultavam o desenvolvimento das produções, como a falta de infraestrutura e o escasso apoio financeiro.

Abaixo está uma lista com alguns dos nomes essenciais nesse início da produção cinematográfica brasileira. Alguns, mesmo com dificuldades, conseguiram manter sua relevância ao longo do tempo, enquanto outros foram completamente esquecidos com o passar dos anos.

Adhemar Gonzaga
Um dos nomes mais importantes desse período, colaborou na produção de filmes e também no lançamento da revista "Cinearte", que mostrava os bastidores do cinema nacional. Fundou também o cineclube "Paredão", considerado um dos primeiros no país. Após um período de estudos em Hollywood, retornou ao Brasil, roteirizando e dirigindo "Barro Humano", lançado em 1929. No ano seguinte, fundou a Cinédia, um estúdio criado com a intenção de produzir filmes de maneira organizada.

Humberto Mauro
Considerado o maior pioneiro dos primórdios do cinema nacional, foi um dos criadores do Ciclo de Cataguases, onde fundou o estúdio Phebo Sul América, rebatizado posteriormente como Phebo Brasil Filmes. Durante esse ciclo, produziu os filmes "Braza Dormida", "Na Primavera da Vida", "Thesouro Perdido" e sua obra-prima, "Sangue Mineiro". Com o fim do ciclo, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a trabalhar na Cinédia, formando uma parceria com Adhemar Gonzaga.

Gilberto Rossi
Italiano, firmou-se no Brasil e era considerado um dos melhores cineastas do período. Ao lado de José Medina, fundou a produtora Rossi Filme. A parceria entre Medina e Rossi resultou em várias produções cinematográficas notáveis, começando com o curta-metragem "Exemplo Regenerador", um drama social exibido em cinemas de São Paulo. Outros filmes destacados incluem "Perversidade", "Do Rio a São Paulo para Casar" e "Gigi", que atraíram a atenção de críticos importantes, como o modernista Mário de Andrade.

José Medina
Apaixonado pelas obras do norte-americano D.W. Griffith, cujo trabalho foi determinante na definição da linguagem cinematográfica, Medina foi pioneiro na cena do cinema paulista e aprendeu a fazer ficção. Ao lado do fotógrafo italiano radicado no Brasil, Gilberto Rossi, Medina fundou a produtora Rossi Filme.

Pedro Comello
Fotógrafo, foi um dos nomes revelados pelo Ciclo dos Cataguases, firmando uma parceria com Humberto Mauro, até desentender-se com ele. Pai da atriz Eva Nil, chegou a fundar um estúdio com sua filha, a Atlas-Film, produzindo "Senhorita Agora Mesmo", única produção realizada pelo estúdio.

Luiz de Barros
Considerado um dos cineastas mais produtivos do cinema brasileiro, produziu filmes de diversos gêneros. Seu primeiro crédito como cineasta é datado de 1916, como diretor de "A Viuvinha", baseado no romance homônimo de José de Alencar. Este filme nunca foi lançado, sendo destruído antes de qualquer exibição. Dirigiu o primeiro filme sonoro brasileiro, "Acabaram-se os Otários" (1929), considerado o primeiro filme de chanchada nacional. Foi também produtor, montador cinematográfico, roteirista, diretor de fotografia e ator.

Cléo de Verberena
Foi a primeira mulher a dirigir um filme no Brasil, desempenhando um papel essencial nos primórdios do cinema nacional. Seu legado, inicialmente obscurecido, foi redescoberto recentemente. Nascida Jacyra Martins da Silveira, em Amparo, mudou-se para São Paulo, onde se casou com Cesar Melani. Juntos fundaram a Épica Film e produziram "O Mistério do Dominó Preto", em 1930. Cléo também protagonizou o filme, que envolvia o assassinato de uma mulher durante o Carnaval. Apesar de ser um marco para a época, o filme não teve sucesso comercial devido à competição com produções estrangeiras, resultando em prejuízos financeiros para o casal.

Carmen Santos
Uma das figuras mais importantes do cinema brasileiro nos primórdios da indústria, foi atriz, produtora e fundadora de estúdios. Nascida em Portugal, chegou ao Brasil em 1912 e estreou como atriz no filme "Urutau", que se perdeu com o tempo. Ela também se destacou como produtora desde 1924, quando participou da produção de "A Carne". Em 1929, estrelou e produziu "Sangue Mineiro", uma das principais obras do cinema mudo brasileiro, embora não tenha sido bem recebida na época. Participou ainda de "Limite", dirigido por Mário Peixoto, que viria a se tornar um clássico cult. Fundou uma produtora com Adhemar Gonzaga em 1925 e, anos depois, dirigiria seu primeiro e único filme.

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