IN MEMORIAM: YARA AMARAL

Yara Amaral foi uma atriz brasileira de destaque, cuja trajetória artística marcou profundamente o teatro e a televisão nacional. Sua vida, porém, foi interrompida tragicamente no naufrágio do Bateau Mouche IV, em 1988. 

Nascida em 16 de setembro de 1936, em São Paulo, Yara inicialmente aspirava a ensinar matemática. Contudo, seu envolvimento com o teatro amador a levou a ingressar na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em 1964. Dois anos antes, estreou nos palcos com a peça "Os Fuzis da Senhora Carrar", de Bertolt Brecht. Ao longo de sua carreira teatral, participou de montagens significativas, como "Hedda Gabler" (1965) e "Arena Conta Tiradentes" (1967). Em 1974, destacou-se nas peças "Réveillon" e "Avatar", rendendo-lhe o Prêmio Molière de melhor atriz. Ao todo, atuou em 50 peças e recebeu diversos prêmios por seu desempenho nos palcos. ​

No cinema, Yara estreou em 1975 no filme "O Rei da Noite", de Hector Babenco. Participou de outras produções cinematográficas, incluindo "A Dama do Lotação" (1978) e "Mulher Objeto" (1981), dirigida por Silvio de Abreu. ​

Sua carreira televisiva iniciou-se em 1968, com trabalhos em emissoras como TV Tupi, TV Record e TV Excelsior. Em 1970, estreou na Globo na novela "Irmãos Coragem", de Janete Clair. Posteriormente, integrou o elenco de sucessos como "Dancin' Days" (1978), onde interpretou Áurea, "Guerra dos Sexos" (1983), "Anos Dourados" (1986) e "Fera Radical" (1988), sua última novela antes de falecer. ​

Em 31 de dezembro de 1988, Yara embarcou no Bateau Mouche IV para celebrar o Réveillon na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A embarcação, que transportava 142 pessoas, o dobro de sua capacidade permitida, naufragou devido a irregularidades como posicionamento inadequado de caixas d'água no convés, substituição de piso de madeira por cimento e presença de furos no casco. O acidente resultou na morte de 55 pessoas, incluindo Yara e sua mãe, Elisa Gomes. ​

Yara sempre teve medo de água e evitava entrar até mesmo em piscinas. Após anos recusando convites para a celebração no Bateau Mouche, decidiu participar em 1988 por gratidão à amiga Dirce Grotkowsky. Durante o naufrágio, ao perceber a água subindo no banheiro, sofreu um ataque cardíaco fatal. Sua mãe, Elisa, faleceu por afogamento, enquanto Dirce sobreviveu ao segurar-se em uma mesa. ​ A tragédia do Bateau Mouche IV permanece como uma das maiores catástrofes marítimas do Brasil.


FONTES
https://memoriaglobo.globo.com/perfil/yara-amaral/noticia/yara-amaral.ghtml
https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/yara-amaral-atriz-que-morreu-no-naufragio-do-bateau-mouche-ha-35-anos.phtml

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