Diversas pessoas contribuíram para que o cinema se tornasse o que é nos dias atuais. Alguns receberam reconhecimento, enquanto outros foram esquecidos, principalmente aqueles que contribuíram nos primórdios do cinema, quando a criatividade e a imaginação impulsionavam a produção de filmes. Esta lista resgata alguns nomes parcialmente ou totalmente esquecidos do cinema mudo francês.
Louis Feuillade
Louis Feuillade é um exemplo em que as obras se tornaram maiores que o seu realizador. Conhecemos "Les Vampires", "Fantomas" e "Judex", filmes seriados produzidos na França entre 1913 e 1916, mas poucos sabem que Feuillade foi o diretor por trás dessas produções. Ele começou sua carreira em 1905 na Gaumont, o mesmo estúdio fundado por Alice Guy, a primeira mulher a dirigir filmes no cinema. Em 1907, já era o diretor geral do estúdio. Embora tenha realizado diversos filmes, foram os três citados anteriormente que o consagraram como um cineasta de sucesso no cinema mudo francês. Feuillade é considerado uma inspiração para diretores como Alfred Hitchcock e Fritz Lang.
Gaston Velle
Um dos pioneiros em filmes com truques especiais, Gaston Velle chegou a rivalizar com Georges Méliès. Ele foi um dos principais nomes do estúdio Pathé, onde realizou mais de 50 projetos. Antes de trabalhar no estúdio, colaborou com os irmãos Lumière.
Segundo de Chomón
Muitas vezes lembrado por seu trabalho semelhante ao de Georges Méliès, Segundo de Chomón iniciou sua carreira fazendo filmes na Espanha, antes de conquistar sua reputação na França. Ele é considerado o mais renomado diretor espanhol de filmes mudos no cenário internacional. Em 1900, foi contratado pela Pathé, atuando como distribuidor e divulgador de filmes em Barcelona. No ano seguinte, começou a produzir filmes fantasiosos de forma independente, com distribuição da Pathé. Junto com sua esposa, a atriz francesa Julienne Mathieu, Chomón também se especializou na produção de cópias de filmes coloridos em estêncil, contribuindo para o desenvolvimento do processo Pathéchrome, patenteado em 1905. Seu período de maior produção e sucesso foi entre 1907 e 1912, quando utilizava diversas técnicas inovadoras, como sobreposição de negativos e stop motion. Chomón foi um dos primeiros a explorar o gênero de ficção científica, com filmes como "Excursão para a Lua" (Excursion dans la Lune, 1908), considerado um plágio e ao mesmo tempo um remake de "Viagem à Lua" (Le Voyage Dans La Lune). Ele também produziu "Viagem ao Planeta Júpiter" (Le voyage sur Jupiter). Posteriormente, fez filmes na Itália e trabalhou com efeitos visuais em produções como "Cabiria" e "Napoleão" (Napoléon).
Ferdinand Zecca
Ferdinand Zecca dirigiu cerca de 154 filmes, sendo um dos cineastas mais versáteis da época. Suas obras variavam do drama à comédia, passando por filmes religiosos, épicos, fantásticos e adaptações literárias. Em 1899, Zecca utilizou som sincronizado com um fonógrafo, introduzindo pela primeira vez na história do cinema efeitos sonoros cômicos. Ele também foi o responsável pelo primeiro flashback no cinema.
Lucien Nonguet
Um dos primeiros diretores da Pathé, Lucien Nonguet se destacou pela realização de épicos. Trabalhou em conjunto com Ferdinand Zecca, e juntos produziram uma das primeiras versões de "Quo Vadis", em 1901. Em 1903, a dupla também dirigiu "A Vida e Paixão de Cristo" (Vie et Passion du Christ). Posteriormente, Nonguet passou a dirigir sozinho, especializando-se em épicos históricos, como o filme "Épico Napoleônico", de 1903, uma obra em duas partes sobre Napoleão.
Victorin Jasset
Um dos cineastas pioneiros da França, Victorin Jasset se especializou na produção de filmes seriados sobre crimes e investigações, influenciando diretamente Louis Feuillade. Jasset trabalhou nos principais estúdios franceses, como a Gaumont, ao lado de Alice Guy, e o estúdio Éclair.
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