Filmes que exploram a relação entre irmãos gêmeos não são novidade no cinema, mas alguns conseguem fugir da obviedade do tema. Geralmente, quando esse tipo de relação é abordado, um dos irmãos assume o papel de vilão. No caso de "Irmãs Malditas" (La Otra), ambas as irmãs possuem um lado vilanesco, mas por motivações distintas.
Produzido no México, "Irmãs Malditas" traz Dolores del Río em dois papéis complexos: as gêmeas Maria e Magdalena. Elas mantêm uma relação conflituosa, pois, no passado, ambas eram apaixonadas pelo mesmo homem. No entanto, Magdalena se casou com ele e tornou-se rica, enquanto Maria levou uma vida modesta, trabalhando como manicure.
Com a morte do marido, Magdalena torna-se a única herdeira de sua fortuna, o que acirra ainda mais a mágoa e a inveja de Maria. Corrompida pela pobreza, ela arquiteta um plano diabólico: assassina Magdalena, forja um suicídio e assume seu lugar.
Ao tomar para si a vida e o dinheiro da irmã, Maria também herda seus atos passados, inclusive seus crimes. Com o tempo, descobre que, se não tivesse cometido o assassinato, sua vida poderia ter sido bem melhor. Ainda assim, segue adiante no papel que tanto almejou interpretar.
O roteiro do filme chegou a ser oferecido à Warner Bros., que desistiu da produção por já ter realizado, na época, "Uma Vida Roubada" (A Stolen Life), estrelado por Bette Davis, cuja trama era semelhante. Ironicamente, anos depois, Bette Davis protagonizou o remake de "Irmãs Malditas": "Alguém Morreu em Meu Lugar" (Dead Ringer). Este remake acabou se tornando mais famoso que o original, que permaneceu obscuro por décadas, até ser resgatado nos últimos anos.
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