ATRIZES ESQUECIDAS - EVA NIL - A GARBO BRASILEIRA


Eva Nil, nasceu no Egito em 25 de junho de 1909. Seu pais eram italianos. Era irmã do também ator Ben Nill (Roger Comello). Seu sobrenome de batismo era Comello e escolheu o sobrenome artístico por referência a sua origem egípcia. "Nil" refere-se ao Rio Nilo. Em 1914, a família muda-se para o Brasil, estabelecendo-se em Cataguases, Minas Gerais. Com treze anos, passa a ajudar o pai no estúdio  de fotografia que ele abriu. 


Sua primeira aparição no cinema, ocorreu em 1925, no filme "Valadião, o Cratera", um curta dirigido por Humberto Mauro. Em 1926, faria parte de "Na Primavera da Vida", mais um filme com Humberto Mauro. Após divergências com Mauro, Nil abandona as gravações de "Tesouro Perdido" e funda com seu pai, sua produtora, chamada Atlas-Film. "Senhorita Agora Mesmo", seria o primeiro e único filme da produtora.


"Senhorita Agora Mesmo", conta com o pai de Nil, Pietro (Pedro) Comello como ator, produtor e diretor. Nil além de atuar, também trabalhou como câmera, assistente de laboratório de seu pai, foi também produtora e publicitária. No filme, Nil interpretou uma heroína fora da curva: uma mulher valente, ao invés de uma mocinha romântica e ingênua, tipo comum nos filmes da época.


Seu trabalho tanto na frente, quanto por trás das telas, foi bastante elogiado pelas revistas de cinema, principalmente a Cinearte. Em 1929, a convite de Adhemar Gonzaga, participa de "Barro Humano", sucesso comercial e de crítica. Após "Barro Humano", Nil e seu pai, começaram a trabalhar no projeto de um novo filme pela Atlas-Film: "Canção das Ruas", filme que acabou não sendo realizado.


Decepcionada com a precariedade do cinema brasileiro, Nil decide largar a carreira em 1928. Nos anos seguintes administrou o estúdio de fotografia de seu pai, até meados da década de 70. Estampou a capa da Cinearte duas vezes e por causa de sua aura misteriosa, acabou adquirindo a alcunha de "A Greta Garbo Brasileira". A alcunha tornou-se forte na década de 70, quando seu nome foi resgatado em um livro publicado sobre a obra de Humberto Mauro. A Garbo original e a Garbo Brasileira haviam abandonado suas carreiras no auge, mas a Garbo Brasileira sofreu um injusto esquecimento, já que todos os seus filmes foram perdidos no decorrer dos anos. Nil faleceu em 15 de agosto de 1990, aos 81 anos.


Alguns recortes publicados na revista Cinearte entre 1926 e 1928:
Clique para ampliar














Me ajudou na composição do artigo:
https://wfpp.columbia.edu/pioneer/eva-nil/
Agradecimento especial a Luciana Corrêa de Araújo, autora do artigo no site.

Matérias de época, colhidas do site:
memoria.bn.br

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