Durante a fase silenciosa do cinema, a Itália era a principal concorrente dos Estados Unidos nas produções de filmes. Foi na Itália também, onde surgiu o Divismo/Divinismo (leia aqui), movimento que consistia em "endeusar" atores e atrizes. A Itália, foi o primeiro país a criar suas Divas: Lyda Borelli, Francesca Bertini, Itália Almirante, entre outras. No meio dessas Divas, havia uma tão misteriosa, a ponto de ser esquecida no decorrer dos anos: Astrea.
Astrea pode ser considerada tranquilamente, como o primeiro mito do cinema. Seu pseudônimo de origem grega, referia-se a uma deusa virgem que remetia à pureza e inocência. Alguns estudiosos de cinema mudo, associam Astrea à uma condessa veneziana chamada "Condessa Barbieri" ou "Condessa B". Elas seriam a mesma pessoa. Uma revista italiana na época do cinema mudo, chegou a fazer uma matéria sobre Astrea, dizendo que ela era uma condessa que ingressou para o cinema, por puro amor, porém nenhuma outra informação sobre a vida pessoal de Astrea ou Barbieri foi encontrada após esses anos.
Seu primeiro filme foi em 1919: "La riscossa delle Maschere". Seu desempenho no filme foi considerado agressivo. Nessa época, as atrizes faziam apenas papéis em que exalavam fragilidade ou feminilidade. O desempenho cruel de Astrea causou repulsa a ponto do filme ser censurado e levar meses para estrear nos cinemas. Mesmo com Astrea representando de forma não convencional, o filme fez sucesso.
Seu próximo filme seria "Justitia", uma comédia. No filme, ela interpreta uma princesa aventureira que percorre o mundo a serviço da justiça. O filme fez sucesso dentro e fora da Itália e trouxe para ela a alcunha de "Madame Astrea". Seu último filme foi "I creatori dell'impossibile", em 1921. Após esse filme, Astrea/Condessa Barbieri desapareceu. Em sua curta carreira, Astrea fez apenas quatro filmes, todos dentro do gênero atlético-acrobático, algo incomum para uma mulher naquela época.
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