Gene Kelly nascido Eugene Curran Kelly em 23 de agosto de 1912, foi um grande ator, dançarino, cantor, cineasta, produtor e coreógrafo. Versátil e talentoso, com porte atlético e na maioria das vezes interpretando personagens carismáticos, deixou seu nome na história do cinema, ao participar de grandes musicais e pela icônica cena de "Singing in the Rain". Suas inovações musicais contribuíram muito para a evolução dos musicais. Principalmente por trazer o balé e fazê-lo ser aceito pelo público nos filmes.
Kelly nasceu em East Liberty, em Pittsburgh. Era o terceiro filho de James Patrick Joseph Kelly, um vendedor de fonógrafo e sua esposa Harriet Catherine Curran. Sua primeira aparição na Broadway ocorreu em 1938. No ano seguinte Gene foi selecionado para uma revista musical, produzida pela atriz Katharine Cornell, que era conhecida por encontrar e contratar novos talentos. Seu estrelato começaria em 1940 ao conseguir o papel principal da montagem da Broadway de "Pail Joey". Ofertas de Hollywood começaram a chegar, porém Kelly não se sentia preparado e nem tinha pressa em deixar Nova York. Posteriormente ele assinou um contrato com David O. Selznick. Em 1941, Selznick vendeu metade do contrato de Gene para a MGM.
Seu primeiro desafio seria o filme "Idílio em Dó-Ré-Mi" (For Me and My Gal) em 1942 ao lado de ninguém menos que Judy Garland, que o ajudou muito nas gravações e a quem Gene seria eternamente grato. Tanto que anos mais tarde ele faria "Casa, Comida e Carinho" (Summer Stock) (já falamos dele aqui no blog) em caráter de gratidão e apoio a Judy Garland, que estava enfrentando problemas de alcoolismo e que estava prestes a ser demitida da MGM. Além desses dois filmes, a dupla fez também "O Pirata" (The Pirate).
Gene passou a ser valorizado pela MGM, após ser emprestado para a Columbia, onde fez o filme "Modelos" (Cover Girl) (já falamos dele aqui) ao lado de Rita Hayworth. Como a Columbia não entendia muita coisa sobre musicais, a alta cúpula lhe deu carta branca para desenvolver números musicais. Seria nesse filme que Gene desenvolveria um dos seus números musicais mais fantásticos, onde ele dança com seu próprio reflexo, um número bastante desafiador e complicado de se realizar, mas cujo resultado final seria encantador e compensador. O filme foi um grande sucesso de bilheteria e fez com que a MGM percebesse que tinha um valioso talento em mãos.
Em seu próximo filme "Marujos do Amor" (Anchors Aweigh) de 1945, a MGM lhe daria carta branca para desenvolver e coreografar números. Nesse filme Gene Kelly criaria a icônica performance ao lado do desenho Jerry, este seria também o primeiro filme de Gene Kelly com Frank Sinatra, eles fariam ainda "A Bela Ditadora" (Take me Out to the Ball Game) e (Um Dia em Nova York" (On the Town). Em 1951 estrelaria "Sinfonia em Paris" (An American in Paris), dirigido por Vincente Minnelli e considerado um dos maiores musicais de todos os tempos, ganhador de vários prêmios, inclusive o Oscar de Melhor Filme. Em 1952 Gene receberia um Oscar Honorário por sua contribuição na história do cinema e nos musicais. Outro ponto alto na carreira de Gene Kelly foi a parceria com Stanley Donen, iniciada em "Cover Girl", na direção de um número musical e com quem fez "Cantando na Chuva" (Singing in the Rain), considerado o melhor musical de todos os tempos, onde Gene Kelly desempenha a imortal cena da dança na chuva, ao todo trabalharam juntos em cinco filmes.
Com a queda das bilheterias dos musicais, Gene Kelly passou a fazer participações na televisão e a dirigir filmes. Seu último filme foi "Xanadu" em 1980, ao lado de Olivia Newton-John que resgatava um pouco da era dos grandes musicais de Hollywood, porém o filme foi um grande fracasso e ele decidiu não atuar mais. Ainda nos anos 80 sua saúde começou a deteriorar-se e depois de uma sequência de AVCs ocorridos entre 1994 e 1995 que o deixariam acamado, Gene Kelly faleceu em 2 de fevereiro de 1996 aos 83 anos.
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